INTRODUÇÃO
O Ser Humano tem um ciclo de vida que pode ser esquematizado como: nascimento,
desenvolvimento, envelhecimento e morte. O Homem sofre a ação de inimigos como
micróbios, bactérias, insetos, poluição, que podem acarretar lesões em seu
organismo. Um organismo maltratado se deteriora mais rapidamente e pode ter a
sua vida útil abreviada. Outros fatores que podem trazer conseqüências, por
vezes irremediáveis, e que diminuem o tempo de vida humana são os acidentes aos
quais o homem está sujeito no seu dia-a-dia. A longevidade vai depender de
cuidados e atenções que o indivíduo proporciona a si mesmo e a seus
semelhantes.
Analogamente ao Homem, o documento, o livro também tem o seu ciclo de vida, sofrendo envelhecimento natural desde que é gerado.
Assim como o Homem, os livros e documentos sofrem alterações resultantes de agentes tais como microorganismos, insetos, roedores que se alimentam dos elementos nutritivos encontrados no suporte do papel (amido, gelatina, etc) e a poluição atmosférica que causa a oxidação da celulose.
Umidade, Temperatura e luminosidade inadequadas e alterações químicas das substâncias que entram na composição do papel também causam a sua degeneração. Mas os maiores danos que podem ser ocasionados aos livros e documentos são os decorrentes de acidentes e dos maus tratos que recebem por parte do Homem que dele se utiliza.
O conhecimento das causas que diminuem a vida do livro ou documento vai permitir que se tome decisão no sentido de criar condições favoráveis de armazenagem e uso para reduzir ao máximo os fatores causadores de sua degradação.
Todos os materiais orgânicos são extremamente frágeis e facilmente deterioráveis por agentes físicos, químicos e biológicos.
O arquivista e/ou bibliotecário responsável pela conservação e preservação do acervo que lhe é conferido, encontra grandes dificuldades, em função do desconhecimento das causas que provocam a deterioração dos materiais.
Estes profissionais devem saber identificar o suporte (tipo de papel), a tinta e a natureza do mal que neles reside, pois a vida de um documento depende da qualidade dos materiais usados em sua produção, como do tratamento que o mesmo recebeu durante sua utilização e guarda.
CONCEITO DE
CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO
Dentro de uma biblioteca, arquivo ou museu duas seções devem ser
enfocadas: a de conservação e a de restauração.
1 - Conservação - é um conceito amplo e pode ser
pensado como termo que abrange pelo menos três (3) idéias:
preservação, proteção e manutenção.
Conservar bens culturais (livros, documentos, objetos de arte, etc) é defendê-lo da ação dos agentes físicos, químicos e biológicos que os atacam.
O principal objetivo portanto da conservação é o de estender a vida útil dos materiais, dando aos mesmos o tratamento correto. Para isso é necessário permanente fiscalização das condições ambientais, manuseio e armazenamento.
A preservação ocupa-se diretamente com o patrimônio cultural consistindo na conservação desses patrimônios em seus estados atuais. Por isso, devem ser impedidos quaisquer danos e destruição causadas pela umidade, por agentes químicos e por todos os tipos de pragas e de microorganismo. A manutenção, a limpeza periódica é a base da prevenção.
2 - Conservação
Preventiva (Restauração)
- tem por objetivo revitalizar a concepção original, ou seja, a legibilidade do
objeto. A restauração é uma atividade que exige dos profissionais grande
habilidade, paciência, amor à arte, pois nesta seção se praticam verdadeiras
intervenções cirúrgicas com os bens culturais, "a restauração é quase uma
neurose da perfeição, em que o mais ou menos não existe" como disse certa
vez a restauradora Marilka Mendes.
Em uma restauração nenhum fator pode ser negligenciado, é preciso levantar a história, revelar a tecnologia empregada na fabricação ou a técnica de impressão utilizada e traçar um plano de acondicionamento do objeto restaurado de modo que não volte a sofrer efeitos de deterioração do futuro.
Como sabemos são poucos os técnicos ligados a esta área e leva anos para formar um bom restaurador, por estes fatores podemos dizer que é melhor: Conservar e preservar para não restaurar"
AGENTES
EXTERIORES QUE DANIFIACAM OS DOCUMENTOS
1. FÍSICOS
·
Luminosidade
- a luz é um dos fatores mais agravantes no processo de degradação dos
materiais bibliográficos;
·
Temperatura
- o papel se deteriora com o tempo mesmo que as condições de conservação sejam
boas. O papel fica com sua cor original alterada e se torna frágil e isto se
chama envelhecimento natural;
·
Umidade
- o excesso de umidade estraga muito mais o papel que a deficiência de água.
2. QUÍMICOS
·
Acidez do Papel - Os papéis brasileiros apresentam
um índice de acidez elevado (pH 5 em média) e portanto uma permanência
duvidosa. Somemos ao elevado índice de acidez, o efeito das altas temperaturas
predominante nos países tropicais e subtropicais e uma variação da umidade
relativa, teremos um quadro bastante desfavorável na conservação de documentos em papel. Dentre as
causas de degradação do papel, podemos citar as de origem intrínseca e as de
origem extrínsecas.
·
Poluição Atmosférica - A celulose é atacada pelos
ácidos, ainda que nas condições de conservação mais favoráveis. A poluição
atmosférica é uma das principais causas da degradação química.
·
Tintas - a tinta é um dos compostos mais
importantes na documentação. Foi e é usada para escrever em papéis, pergaminhos
e materiais similares, desde que o homem sentiu necessidade de registrar seu
avanço técnico e cultural, e é ainda indispensável para a criação de registros
e para atividades relacionadas aos interesses de vida diária.
3. BIOLÓGICOS
Insetos - o ataque de insetos tem provocado
graves danos a arquivos e bibliotecas, destruindo coleções e documentos preciosos.
Os principais insetos são:
·
Anobiídeos
(brocas ou carunchos);
·
Thysanura
(traça);
·
Blatta
orientalis (barata).
Fungos - atuam decompondo a celulose,
grande parte deles produzem pigmentos que mancham o papel.
Roedores - A luta contra ratos é mais difícil que a prevenção contra os insetos. Eles podem provocar desgastes de até 20% do total do documento.
Roedores - A luta contra ratos é mais difícil que a prevenção contra os insetos. Eles podem provocar desgastes de até 20% do total do documento.
4. AMBIENTAIS
·
Ventilação - é um outro fator a considerar como
elemento que favorece o desenvolvimento dos agentes biológicos, quando há pouca
aeração.
·
Poeira - um outro fator que pode favorecer
o desenvolvimento dos agentes biológicos sobre os materiais gráficos, é a
presença de pó.
5. HUMANOS
O Homem, ao lado dos insetos e microrganismos é um outro inimigo dos
livros e documentos, embora devêssemos imaginar que ele seria ser o mais
cuidadoso guardião dos mesmos.
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